terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Paulo Portas defende sanções para obrigar o Irão a cumprir compromissos


Paulo Portas diz que a adopção de novas sanções da UE contra o Irão tem por objectivo persuadir o país a dirigir o programa nuclear para "finalidades aceitáveis".
"Não há nada que prejudique mais a credibilidade da UE no exterior do que anunciar sanções e depois não ser capaz de tomar as decisões. Prometer sanções e depois prolongar a sua execução. Felizmente atingiu-se um consenso e há um reforço do regime sancionatório", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros aos jornalistas portugueses.
Falando em Bruxelas, à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia dos 27 Estados-membros da UE, o ministro português lembrou que o Irão está a fazer um "desvio do seu programa nuclear civil para um programa nuclear com finalidades militares", pelo que as novas sanções hoje aprovadas na capital belga visam "tornar explícito e persuasivo" que a UE "não aceita o incumprimento de compromissos".
"Quanto mais incumprimento, mais sanções", disse o governante, abrindo contudo a porta para eventuais atenuações ou o levantamento total das sanções ao Irão se "forem dados sinais de negociar questões sensíveis".
Face à recusa das autoridades iranianas em retomar as negociações sobre o programa nuclear, que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) suspeita ter fins militares, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE endureceram hoje a lista de sanções já existente, visando agora o sector do petróleo e o banco central.
A medida mais dura é o embargo ao petróleo do Irão, que entre Janeiro e Outubro do ano passado exportou cerca de 600 mil barris por dia para a UE, sobretudo para Itália, Espanha e Grécia.
Os 27 aprovaram igualmente uma proibição da maior parte das transações europeias com o banco central iraniano, permitindo apenas aquelas consideradas inofensivas e benéficas para a população iraniana.

Fonte: Diário Económico e Lusa

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