O Ministério dos Negócios Estrangeiros vai aumentar o peso dos conhecimentos económicos na escolha dos novos diplomatas portugueses, anunciou o chefe da diplomacia, Paulo Portas.
“O próximo concurso para diplomatas do Ministério dos Negócios Estrangeiros será extremamente exigente do ponto de vista da preparação económica e da avaliação da preparação económica dos nossos novos diplomatas. É este o caminho que tem de ser seguido”, disse, sem adiantar a data do próximo concurso de acesso à carreira diplomática.
O ministro, que discursava na reunião internacional das Câmaras de Comércio portuguesas, que a Confederação Internacional das Empresas Portuguesas hoje organizou em Lisboa, destacou ainda o papel da formação na diplomacia económica portuguesa.
“É preciso reforçar a preparação económica e comercial dos novos diplomatas e é preciso dar mais formação diplomática aos agentes comerciais e aos agentes do turismo, para que se sintam num ambiente natural quando trabalharem em comum”, referiu.
Portas afirmou que o trabalho de formação dos agentes diplomáticos e dos representantes comerciais e turísticos de Portugal no exterior será feito através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do Instituto Diplomático.
O ministro reforçou o compromisso de assinar e ratificar 40 novas convenções de dupla tributação e reiterou a importância de colocar as instituições diplomáticas, de comércio externo, de investimento e de promoção turística a funcionar em rede.
“Escapa-me porque é que, durante tanto tempo, um país que tem dificuldades e que tem que ser muito cuidadoso com a gestão dos recursos, manteve a ideia de que é possível, ou desejável, manter a rede diplomática para um lado, a rede comercial para o outro e a turística ainda para outro”, considerou.
“Não estamos sozinhos nos mercados externos, competimos com gente extremamente agressiva, se tivermos as capelinhas da administração portuguesa replicadas no exterior, somos ineficientes”, acrescentou Portas.
O ministro prometeu ainda aos representantes das Câmaras de Comércio uma maior colaboração da rede diplomática portuguesa no processo de internacionalização.
“As embaixadas devem estar inteiramente disponíveis para as empresas portuguesas que queiram realizar eventos económicos de promoção de Portugal, das nossas marcas, dos nossos produtos, das nossas empresas”, disse Paulo Portas.
“Não deve haver nenhum problema no relacionamento entre o plano de trabalho das embaixadas e o interesse das empresas em contar com o seu apoio. Isto também implica que as empresas portuguesas se passem a interessar mais por fazerem promoção externa, com o apoio e a colaboração das missões diplomáticas”, acrescentou.
Fonte: Público
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