quinta-feira, 14 de junho de 2012

CDS-PP quer "plena integração de cuidados paliativos no SNS"



O CDS-PP defendeu hoje a "plena integração dos cuidados paliativos no Serviço Nacional de Saúde" (SNS) e que esta deve ser uma área prioritária, num debate em que a oposição criticou as medidas tomadas pela tutela.
Numa declaração política na Assembleia da República, a deputada centrista Isabel Galriça Neto sublinhou que as doenças graves e avançadas são "uma área prioritária" para o CDS-PP, anunciando que vai propor "o estudo de medidas que visem a plena integração dos cuidados paliativos no SNS, a nível dos hospitais e do serviço domiciliário".
Galriça Neto defendeu que se deve caminhar para um maior "acesso e articulação entre os profissionais" de cuidados paliativos, para "uma rede mais funcional e desburocratizada, que está "muito longe do modelo que ainda vigora".
A parlamentar centrista deixou críticas aos anteriores governos socialistas, afirmando que "no passado as medidas contribuíram para o subdesenvolvimento destes cuidados específicos" e advertindo que distritos como Santarém, Viana, Aveiro, Leiria ou as próprias regiões autónomas "continuam a não ter respostas de cuidados paliativos".
"Apenas em quatro distritos temos resposta [ao nível de cuidados paliativos] nos hospitais e mais de 25 por cento dos doentes internados nos hospitais têm necessidade destes cuidados", referiu.
Segundo Isabel Galriça Neto, "estes doentes podem ser tratados mais adequadamente, humanizando e trazendo qualidade assistencial a este setor, gastando melhor, com eficiência e sustentabilidade".
No seguimento da intervenção de Isabel Galriça Neto, o deputado do BE João Semedo sugeriu à parlamentar centrista que "falasse mais alto e mais forte às bancadas da maioria e ao Governo que apoia".
"Eu estava a ouvi-la e não consegui deixar de perguntar qual a finalidade da sua intervenção, qual era a sua utilidade e qual era o destinatário, mas depois de meditar uns minutos concluí que se dirigia às bancadas da maioria e sobretudo ao Governo", ironizou.
Semedo assinalou que das 1326 camas de cuidados continuados que o Governo prometeu abrir até 31 de março, apenas estão disponíveis 337 e que o CDS votou contra propostas do BE para isentar os doentes crónicos de taxas moderadoras e para transformar o antigo hospital Maria Pia, no Porto, num centro de cuidados paliativos pediátricos.
Já o deputado e ex-secretário de Estado da Saúde do PS Manuel Pizarro acusou a deputada do CDS de fazer uma intervenção para esconder os dados divulgados hoje pelo Observatório da Saúde ou a quebra nas dádivas de sangue.
Depois, Pizarro sublinhou que entre 2005 e 2011 o sistema de cuidados paliativos "cresceu" em Portugal e que desde que o Governo PSD/CDS tomou posse "cresceu zero".
O socialista adiantou que a sua bancada vai ainda propor um projeto para "a abertura imediata de unidades de cuidados continuados que estão prontas a abrir".
"Veremos aí a seriedade da sua bancada nesta matéria", rematou.
Galriça Neto ripostou dizendo que o executivo de coligação "não alinha com anúncios panfletários, promessas que não se podem cumprir ou projetos com verbas a descoberto", ao contrário do que disse fazer o PS.
"Seria certamente muito mais agradável mas não é essa a forma de estar desta bancada e do Governo que suportamos", afirmou, acrescentando o seu nosso discurso "foi uma chamada de atenção" e que "Roma e Pavia não se fizeram num dia".

Fontes: ATF.
Lusa/fim

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