quarta-feira, 20 de junho de 2012

Paulo Portas defende reforço da integração e solidariedade na UE


O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros defende o fortalecimento do papel da Comissão Europeia e mais solidariedade entre os países-membros da União Europeia, no contexto do “grupo de reflexão sobre o futuro da Europa”.


“O ministro Paulo Portas tem transmitido, nestes encontros, a convicção de que a resposta à crise passa por ‘mais Europa’ e por um caminho que concilie finanças públicas sólidas, reformas estruturais ambiciosas e incentivos a um crescimento sustentável”, disse à Lusa Miguel Guedes, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), um dia depois de ter sido tornado público o primeiro relatório do “grupo de reflexão sobre o futuro da Europa”. O relatório foi uma iniciativa do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle.

“Portugal permanece empenhado em participar de forma construtiva nos núcleos mais avançados de integração europeia. Nesta fase, é essencial robustecer a vertente económica da União Económica e Monetária e, simultaneamente, tornar mais efectivo o papel das instituições europeias, com especial relevo para a Comissão”, disse ainda o porta-voz a propósito das duas primeiras reuniões do grupo de reflexão em que participou o chefe da diplomacia portuguesa que, segundo o porta-voz, defendeu neste fórum o reforço da integração e a promoção de mecanismos de solidariedade entre os países.

“Ao avançar nas próximas etapas de construção europeia, é importante que a cada passo de reforço da integração corresponda, de forma concomitante e efectiva, um passo de reforço dos mecanismos de solidariedade”, disse Miguel Guedes.

A primeira reunião decorreu em Berlim na noite de dia 20 de Março, promovida pelo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, em que participaram os representantes das diplomacias de dez países: Áustria, Bélgica, Itália, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Espanha e Portugal tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros francês cancelado a deslocação à última hora devido a uma crise interna relacionada com o atentado em Toulouse.

Entretanto, a segunda reunião decorreu na Áustria e na terça-feira o relatório intercalar foi tornado público pelo ministro alemão Guido Westerwelle. “O relatório intercalar ontem [terça-feira] tornado público reflecte a perspectiva do ministro Westerwelle sobre as profícuas trocas de pontos de vista que tiveram lugar até agora. Algumas matérias são consensuais, outras requerem maior debate. As reuniões deste grupo, onde estão representadas diversas visões sobre o futuro da Europa, terão continuidade com o objectivo de sugerir um conjunto de opções que serão colocadas à consideração de todos os Estados-membros e das instituições europeias”, referiu ainda o porta-voz do MNE português.

Miguel Guedes anunciou que o próximo encontro será “em breve” e que a participação de Portugal “trata-se de uma boa oportunidade para nos associarmos a uma reflexão sobre o futuro da integração europeia, reflexão que a crise veio tornar ainda mais necessária”.


Fonte: Público

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