Com eleições legislativas nos Açores previstas para Outubro, Paulo Portas apelou ao voto no CDS-PP, neste domingo, e afirmou que a mudança no arquipélago tem de passar pelos democratas-cristãos.
“A mudança nos Açores ou passa pelo CDS ou não existe”, frisou, discursando nas comemorações do 38.º aniversário do partido, na zona de lazer de Santa Bárbara, na ilha Terceira, onde centenas de militantes se reuniram num almoço, seguido de uma garraiada.
O líder centrista justificou a escolha dos Açores para assinalar a data com o facto de ter sido na região que “em 2008 o CDS começou a romper um sistema baseado em dois partidos, que não era suficientemente diferenciador nem completo para albergar as aspirações dos cidadãos”, ao ter passado de dois para cinco deputados na Assembleia Legislativa.
Paulo Portas disse ter confiança no líder regional do partido, Artur Lima, que caracterizou como “a figura mais carismática e inovadora da política açoriana”, e referiu que o acordo existente entre CDS e PSD a nível nacional “não se aplica às regiões autónomas”.
“O PS é a continuidade, o PSD é uma sucessão, o CDS é a mudança”, sublinhou, deixando um apelo à austeridade na campanha eleitoral, sem gastos com “cartazes inúteis”.
Respondendo às críticas da secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social do governo regional socialista, Paulo Portas rejeitou que as novas regras de atribuição do Rendimento Social de Inserção sejam um “ataque à pobreza”, alegando que foi o Governo PSD/CDS que descongelou as pensões sociais, rurais e mínimas.
“Quem é verdadeiramente pobre tem de ter uma ajuda do Estado para poder melhorar a sua vida, quem recebe uma ajuda e está em idade activa deve prestar um serviço à comunidade e aqueles que dizem estar em situação de pobreza mas têm no banco dinheiro que não é de pobreza, esses não têm de ser alimentados pelo contribuinte”, reforçou.
“Já ninguém compara Portugal com a Grécia”
Num balanço do último ano do Governo que integra, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas salientou que hoje, em termos internacionais, se fala de Portugal “com respeito”, fruto do esforço dos portugueses, e que “já ninguém compara Portugal com a Grécia”.
“Tivemos quatro avaliações positivas por parte dos credores a quem pedimos emprestado dinheiro, portanto eu considero que dizer que o país andou para trás quando na verdade conseguiu dar passos decisivos para se afastar de uma declaração de insolvência é ter menor respeito ou menor cuidado com o esforço que cada português está a fazer para superar esta crise”, frisou.
O líder do CDS apelou à “ponderação” do secretário-geral do PS ao dizer que de um lado está o Governo e a troika e de outro o Partido Socialista.
Por sua vez, o líder regional do CDS, Artur Lima, mostrou-se convicto de que nas próximas eleições o partido conseguirá eleger mais do que cinco deputados, prometendo apresentar propostas “sensatas e quantificadas”.
“Não nos pomos a prometer comprar dois navios, fazer cais de cruzeiros, fazer museus de arte moderna. Temos respeito pelo dinheiro dos contribuintes, seremos ponderados e sensatos nas nossas propostas”, frisou.
Nesse sentido, assumiu como principais compromissos eleitorais a aplicação do “vale saúde” para diminuir a lista de espera dos hospitais, o aumento das diárias para os doentes deslocados, a implementação de radioterapia na ilha Terceira e o pagamento de propinas aos estudantes mais carenciados.
Fonte: Público
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