Na conferência "Caminho das Exportações", organizada pelo Expresso, em Xangai, o ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu o reforço das boas relações comerciais entre Portugal e China. Empresários portugueses fazem semelhante apelo.
Na abertura da conferência "Caminho das Exportações", em Xangai, Paulo Portas foi direto nas suas intenções: "A visita à China tem um objetivo político, económico e cultural. E a minha presença neste país não será a última. Em 2013, o primeiro-ministro português planeia visitar a China. É uma decisão coerente. Eu próprio tratarei pessoalmente do acompanhamento e planeamento desta visita", afirmou na sessão de abertura deste seminário promovido pelo Expresso, em parceria com o Barclays e a PwC.
As boas relações entre Portugal e China são para manter. Aliás, para reforçar. "Queremos estabelecer uma boa relação com a China", asseverou.
Portugal na nova ordem económica global
"2011 foi um ano histórico entre Portugal e China, com três grandes empresas chinesas a ganharem processos de privatização ou a estabelecerem parcerias com empresas portuguesas. Foi o caso da State Grid (REN), China Three Gorges Corporation (EDP) e Sinopec (Petrogal Brasil, da Galp)", enumerou o ministro português.
Paulo Portas não escondeu o propósito da sua visita à segunda maior economia mundial: "A mensagem de Portugal é esta: somos um país da zona Euro, um membro da União Europeia, preocupamo-nos com a disciplina e cumprimos os acordos. Portugal tem de estar presente na nova ordem económica mundial", exortou, referindo-se não só à China, mas também a outros países asiáticos, africanos e sul-americanos.
O ministro afirmou que "ninguém compreenderá o século XXI sem compreender a China" e acabou a sua intervenção dizendo que "obviamente, nós podemos fazer negócios em conjunto."
Na mesma sessão, tiveram igualmente palavra o presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Pedro Reis, e autoridades da cidade de Xangai: Zhou Yupeng, presidente da Federação de Serviços de Xangai, e Zhang Lin, Sub-Diretor da Autoridade Municipal Portuária e dos Transportes, responsável pelo Porto de Xangai.
Empresários querem o mesmo que Portas
Na sessão de discussão que se seguiu (já sem a presença de Paulo Portas, que reuniu com o vice-presidente da Câmara de Xangai e, mais tarde, com responsáveis da tecnológica Huawei, que investe em Portugal), Francisco Lacerda, presidente executivo da Cimpor, João Bento, presidente executivo da Efacec, João Coutinho, presidente do Barclays, e António Correia, partner da Pwc, trocaram argumentos sobre as suas experiências no mercado chinês. Gestores concordam que é necessário reforçar as ligações das empresas portuguesas às chinesas.
Nesta sessão, esteve também presente Pietro Cinquegrana, diretor-geral da FOSUN, o maior conglomerado privado chinês, criado em 1992, e com negócios em variadas áreas, como indústria, imobiliário e media.
Visita oficial em Pequim
O discurso de Paulo Portas na conferência "Caminho das Exportações" marcou o início do programa da visita oficial do ministro português à China e que, chega agora à capital chinesa. Em Pequim, até à próxima sexta-feira, reunir-se-á com o seu homologo chinês, com o vice-ministro do Comércio e vários responsáveis de empresas chinesas, entre as quais a State Grid e a China Three Gorges Corporation.
Fonte: Expresso
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