quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Vice-presidente do CDS-PP arrasa medidas anunciadas
O vice-presidente do CDS-PP, Artur Lima, teceu hoje duras críticas às últimas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.
"O CDS-PP nos Açores não está com o Governo da República, está contra estas medidas e, obviamente, que está contra o partido a nível nacional e digo isto com a responsabilidade que tenho de até ser vice-presidente do partido a nível nacional", afirmou Artur Lima, que é líder do partido nos Açores, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
Artur Lima considerou que as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças "vão penalizar fortemente o consumo e, consequentemente, aumentar a recessão", pedindo, por isso, explicações ao executivo de Pedro Passos Coelho.
"Não admito que já seja só Sócrates a servir de desculpa. Ao fim de um ano ainda não sabem quantos institutos é preciso extinguir, quantas fundações é preciso extinguir, quanto é preciso cortar nos gastos intermédios do Estado? Então o que é que andaram lá fazer?", questionou.
Artur Lima frisou que houve alguma "precipitação" por parte do Governo, "talvez por a ´troika´ estar cá", salientando que as medidas apresentadas não foram bem explicadas aos portugueses.
O vice-presidente do CDS-PP defendeu que é preciso tomar opções diferente, como cortar na atribuição de dinheiro a câmaras falidas, à RTP, a fundações e a institutos públicos.
"Ou há aqui um Governo que tem a coragem de cortar, mas não é nas pessoas, é no Estado, e começar de cima para baixo, ou então este país nunca mais tem solução, nem com ´troika´, nem sem ´troika´", frisou.
Artur Lima garantiu ainda confiar "totalmente no bom senso" de Paulo Portas, presidente do CDS-PP, que elogiou pela serenidade e ponderação com que está a lidar com esta situação, mas lembrou que esteve contra a coligação do CDS com o PSD.
O vice-presidente do CDS-PP admitiu que existe um "clima de algum desagrado dentro da coligação", defendendo que todas as partes conversem "no recato e com a serenidade necessária", em vez de fazerem "politiquice", e que o PS seja envolvido nas conversações.
Fonte: Diário Económico
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