Jornal: Correio da Manhã
Jornalista: António Sérgio Zenha
Paulo Portas justifica as suspeitas do Ministério Público sobre a origem de mais de um milhão de euros, depositados pelo CDS-PP nos últimos dias de 2004 no BES e investigados no âmbito do processo Portucale, com o financiamento do próprio CDS-PP. O caso Portucale, que está em fase de julgamento por causa de um eventual abate ilegal de sobreiros num projecto do Grupo Espírito Santo (GES), em Benavente, deu origem a uma investigação autonóma à compra dos submarinos. Convidado a dizer o que sabe sobre este depósitos bancários, Paulo Portas é categórico: "Sei que se tratou de um procedimento resultante de uma alteração legislativa [ Prevista na nova lei do financiamento dos partidos políticos] entrada em vigor no início do ano seguinte, que alterava o tratamento contabilístico e o critério de recolha de fundos pelo partidos".
E a sobre a proveniência dessas verbas, o líder do CDS-PP é também peremptório: "Eram montantes que estavam em caixa no partido, resultantes da sua actividade e da recolha de fundos, realizada em eventos do Partido que se intensificaram depois do anúncio da queda do XVI Governo Constitucional [ Liderado por Santana Lopes]". Portas também questionado sobre os créditos do BES ao CDS-PP, no total de 2,8 milhões de euros, em Dezembro de 2004, Fevereiro e Julho de 2005. Diz que "os financiamentos referentes a Dezembro de 2004 e Fevereiro de 2005 destinaram-se ao financiamento da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2005". E remata: "Quanto ao de Julho desconheço, em virtude de já não exercer, à data, o cargo de presidente do Partido."
A investigação ao caso Portucale gerou suspeitas de que a verba de mais de um milhão de euros terá sido uma contrapartida do GES pela assinatura do despacho, quatro dias antes das eleições de 2005, que autorizou o projecto Portucale. "..."
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