O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, defendeu hoje a importância da diplomacia económica, como uma forma de as empresas conseguirem chegar ao poder político, nos países onde as leis do mercado são mais ténues.
Nesses países, nesses mercados, o acesso ao poder político é essencial, e o acesso ao poder político é feito através da diplomacia económica”, disse o ministro, em discurso numa conferência empresarial em Lisboa, onde a internacionalização das empresas portuguesas esteve em debate.
Portas deu como exemplo países de África, da América Latina, da Ásia ou do Golfo Pérsico, que considerou “determinantes como oportunidades de negócio para Portugal, para as suas empresas e para as suas marcas” e que onde, como não funcionam apenas as leis do mercado, o acesso ao poder político ganha maior importância para as empresas.
“Ninguém substitui os comerciais no sentido de encontrar as oportunidades e transformá-las em hipóteses sérias de negócio, mas o que pode transformar uma hipótese num contrato é, obviamente, a diplomacia económica”, considerou.
“Nós não vamos para os países dos outros julgar os outros. Vamos procurar fazer negócios com eles, que protejam as nossas empresas, os nossos quadros, os nossos trabalhadores”, acrescentou Portas.
O ministro falava na sessão de encerramento da conferência do LIDE Portugal - Grupo de Líderes Empresariais, organização que tem como missão criar um sistema de redes empresariais e que hoje apresentou o calendário de actividades para 2012 e as actividades do ano anterior.
Portas, que voltou a insistir que a diplomacia económica é um eixo prioritário da actividade do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sublinhou que o importante é que “a administração pública portuguesa se convença” de que a rede diplomática portuguesa deve concentrar os interesses económicos de Portugal nos países onde está.
O ministro considerou ainda que o momento actual é de grandes mudanças e transformações nas relações entre os países, que a diplomacia portuguesa tem de saber enfrentar.
“Nunca como hoje a balança de poder nas relações internacionais foi tão económica (...) A soberania tem, nos dias que correm, a ver com a avaliação da capacidade de um país pagar a dívida”, referiu.
Fonte: Público
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