quarta-feira, 4 de julho de 2012

Investimento chinês 'abre caminho às pequenas e médias empresas'


O ministro português de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse hoje que o investimento chinês em Portugal é um «processo potenciador de forte cooperação económica» bilateral susceptível de ser capitalizado também pelas pequenas e médias empresas.
«É hora de sabermos aproveitar o que essas parcerias podem potenciar e o caminho que podem abrir às pequenas e médias empresas portuguesas, competitivas e ambiciosas», disse Paulo Portas na abertura de um seminário económico China-Portugal, em Pequim.
O ministro português referia-se à entrada da China Three Gorges e da State Grid no capital da Edp e da Ren, respectivamente, e à parceria no Brasil entre a Sinopec e a Galp.
«Através de parcerias entre as grandes empresas portuguesas e chinesas, as pequenas e médias empresas podem ter acesso a este mercado como fornecedores», afirmou.
«É o que eu chamo o 'efeito canguru': grandes empresas abrem caminho a pequenas e médias empresas», acrescentou.
No último ano, a China Three Gorges pagou ao Estado português 2,7 mil milhões de euros por 21,35 por cento do capital da Edp, tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa, a State Grid comprou 25 por cento da Ren (Redes Energéticas Nacionais) por 287 milhões de euros e a Sinopec investiu 4,8 mil milhões de dólares (3,81 mil milhões) na Petrogal Brasil.
«Foi um facto não frequente na União Europeia e que mostra a diferença de Portugal: três grandes companhias chinesas conquistaram posições em grandes companhias portuguesas, num processo transparente e competitivo, em que ganhou quem apresentar a melhor proposta», referiu Paulo Portas.
«Portugal teve uma posição aberta relativamente ao investimento chinês e sabe que há também uma posição aberta por parte da China em relação às exportações portuguesas», acrescentou.
Antes da abertura do seminário, Portas assistiu à assinatura de um acordo entre um produtor português de vinho (Quinta da Alorna) e um distribuidor chinês e de um protocolo de cooperação entre a AIP (Associação Industrial Portuguesa) e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.
O ministro português dirigiu-se a seguir a Zhongnanhai, o Kremlin chinês, onde se encontrou com o 'número dois' do Governo da China, o vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang.
É a primeira visita de um ministro do actual Governo português à China, que se iniciou a 30 de Junho e termina a 8 de Julho.

Fonte: Lusa/SOL

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