«Portugal é um dos poucos países na Europa que tem essa parceria e sendo a China uma economia poderosíssima e uma mercado enorme é evidente que Portugal tem toda a vantagem em aproveitar plenamente essa parceria», afirmou Paulo Portas ao fazer o balanço da visita na Escola Portuguesa de Macau, onde viu o folclore português e ouviu o hino da instituição falar no orgulho português numa terra chinesa.
O governante congratulou-se também que, do ponto de vista contratual, os «grandes investimentos chineses» feitos em 2011 em Portugal «estejam a correr bem e dentro dos prazos», porque, disse, «é muito importante nomeadamente no plano do endividamento que empresas portuguesas tão importantes como a EDP ou a REN tenham o benefício dessa parceria».
Na visita, Paulo Portas considerou também ter ficado «aberto caminho a que muitas outras empresas portuguesas que tradicionalmente eram fornecedoras da EDP, da REN ou da Galp possam vir a ser também fornecedoras de clientes com maior dimensão e maior escala que são os parceiros chineses dessas empresas portuguesas».
Embora «ainda seja preciso percorrer algumas etapas, para que mercados importantes e prestigiantes para Portugal sejam abertos» às exportações nacionais, Paulo Portas disse ser um objectivo «especialmente importante» no sector agro-alimentar onde Portugal tem um «enorme prestígio» nas economias asiáticas e, em especial na China, e ainda mais especial em Macau, por exemplo, com o vinho ou com o azeite.
«Mas nós esperamos que no próximo ano possa ser autorizada a exportação de outros produtos agro-alimentares portugueses e isso é muito importante para quem os produz no nosso país», considerou voltando a sublinhar que «ser navegador no século XXI é ser empreendedor e exportador».
Apesar da crise nos mercados tradicionais do sector exportador português e das dificuldades económicas, o ministro enalteceu o «extraordinário comportamento» dos exportadores portugueses que «estão a partir e a arriscar para mercados não tradicionais e conseguem ganhar posições, quotas de mercado e vender os produtos e marcas portuguesas».
Paulo Portas disse ainda acreditar que os números das exportações - cujos dados de Maio deverão ser conhecidos esta segunda-feira - continuem a ser positivos e a ser uma «prova de dinamismo, de esperança e de força que [nos] ajuda a vencer as dificuldades».
No plano da educação, Paulo Portas destacou o papel «importante» em Macau da Escola Portuguesa e do Instituto Português do Oriente e recordou o olhar positivo das autoridades locais sobre o legado luso.
«As autoridades de Macau vêem positivamente, e não desconfiadamente, vêem como uma vantagem do ponto de vista da identidade, e não como algo ameaçador, o facto de Macau ter uma forte tradição portuguesa e uma forte herança portuguesa», disse ao destacar a vantagem para Macau no âmbito da afirmação da sua diferença.
Por isso, acrescentou «devemos perceber isso e ter uma relação impecável com as autoridades de Macau para proteger o português e a herança portuguesa e saber projectá-la no futuro, são 500 anos de memória, mas seguramente 500 anos à nossa frente, pelo menos».
Afirmando-se «especialista em resolver problemas», Paulo Portas garantiu ainda conhecer «exactamente a dimensão do problema» da Escola Portuguesa quer no que se refere à mudança de instalações quer ao nível do financiamento pela saída do projecto da Fundação Oriente e disse que o projecto será sempre defendido.
Já sobre o centro de distribuição de produtos portugueses, um objectivo da diplomacia económica portuguesa desde o Governo de José Sócrates, pensado para potenciar as exportações nacionais para a China numa parceria envolvendo também empresas nacionais e chinesas, Paulo Portas remeteu novidades para o caso em «pouco tempo» mas através da AICEP.
Fonte: Lusa/SOL
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