O grupo parlamentar do CDS-PP na Assembleia Legislativa da Madeira mostrou-se hoje preocupado com o desemprego na região e desafiou o Governo Regional, do PSD, a colocar os interesses da população “à frente dos interesses partidários”.
A taxa de desemprego portuguesa atingiu os 15% da população activa no segundo trimestre de 2012, o nível mais alto de sempre, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o INE, o valor mais alto do país pertence à região de Lisboa, que tem uma taxa de desemprego de 17,6%, seguindo-se o Algarve (17,4%), a Madeira (16,8%), os Açores (15,6%) e o Norte (15,2%), todas também com taxas acima da média nacional.
“Em relação ao trimestre homólogo de 2011, à semelhança do sucedido globalmente para Portugal, a taxa de desemprego aumentou em todas as regiões”, refere o INE, adiantando que os maiores aumentos ocorreram nos Açores (5,9 p.p.), em Lisboa (4,1 p.p.), na Madeira (3,3 p.p.) e no Alentejo (3,2 p.p.).
Já em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego aumentou em quatro regiões - Norte, Lisboa, Açores e Madeira -, sendo que os “maiores aumentos ocorreram nos Açores (1,7 p.p.) e em Lisboa (1,1 p.p.).
Perante esta situação, os deputados democratas-cristãos sustentam ser “fundamental acção”, defendendo que o executivo insular deve assumir que o programa de ajustamento económico e financeiro que “propôs e assinou é um total fracasso”.
Insistindo na renegociação do plano de resgate, o grupo parlamentar lembra que no início da legislatura propôs um conjunto de medidas para relançar a economia, como o encontro de contas de particulares e empresas com as Finanças ou a negociação com a República para angariação de 2,5% das receitas das privatizações de empresas públicas que operam na Madeira.
A extinção de todos os lugares de conselheiros técnicos e assessores contratados, o saneamento financeiro do Jornal da Madeira ou a negociação com as empresas de construção civil para o perdão de juros são outras das propostas apresentadas pelo partido.
Por outro lado, o CDS-PP reitera a necessidade de reduzir em 30 por cento as subvenções aos partidos e grupos parlamentares, a criação de uma central de compras da administração pública regional ou a proibição a acumulação de reformas com vencimentos nos cargos políticos.
“Todas estas medidas contribuiriam para diminuir a despesa pública, permitindo que o Governo Regional investisse algum do pouco dinheiro que ainda tem para o fortalecimento dos sectores produtivos e para projectos de apoio à criação de emprego”, sustenta o partido, que pede ao executivo para incluir as propostas no próximo orçamento regional.
A Lusa procurou obter uma reacção do executivo insular sobre a taxa de desemprego, sem sucesso.
Fonte: Público
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