segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CDS-PP vai à convenção republicana na Flórida, EUA.


CDS-PP vai à convenção republicana com a esperança de que Romney possa vir a ser mais europeísta.
 
O CDS-PP vai estar presente na convenção do Partido Republicano norte-americano para assistir ao lançamento oficial da candidatura presidencial de Romney, de quem espera, se ganhar, uma política externa mais preocupada com as crises na Europa e Médio Oriente. «É para nós de facto importante testemunhar o lançamento de uma candidatura presidencial que se vai opor à presidência actual, sendo que é minha opinião, e penso que também de uma boa parte da população portuguesa, que o presidente actual [Barack Obama] em relação à União Europeia e ao Médio Oriente tem sido um presidente ausente», disse à Lusa Luís Queiró, actual presidente da mesa do congresso do CDS-PP.
O também antigo eurodeputado centrista considera interessante que, nesta altura, a diferença percentual pouco expressiva que separa o candidato republicano Mitt Romney do actual presidente Barack Obama na corrida à Sala Oval da Casa Branca «introduza uma nota de incerteza no resultado final».
De Mitt Romney, o candidato do partido americano ao qual o CDS-PP tem ligações internacionais, Luís Queiró espera, caso vença a corrida eleitoral, «uma inversão da política externa», no sentido de criar «uma relação sustentável e duradoura com a União Europeia, até como forma única de superar a actual crise», e que exerça o seu papel «absolutamente insubstituível» no contexto da crise do Médio Oriente.
«O que se vive actualmente na Síria, e provavelmente amanhã no Irão, é de tal maneira problemático para a região e para o mundo, que achamos que os Estados Unidos da América (EUA) não se podem alhear. Esperamos que com Mitt Romney isto mude um pouco», disse.
O CDS-PP vai estar presente na convenção do Partido Republicano, que decorre em Tampa, na Florida, entre 27 e 30 de Agosto, com o objectivo de estabelecer contactos com este e outros partidos congéneres, norte-americanos e não só, mas também para ver ‘in loco’ o funcionamento da máquina eleitoral de um sistema político do qual Portugal poderia retirar alguns princípios que beneficiaram os partidos.
«A ideia de que os partidos são abertos à sociedade, e que a sociedade em geral pode exprimir-se nas primárias em favor dos candidatos que prefere, é uma ideia que me é muito simpática. Não sei se é o sistema americano que é mais indicado para Portugal, mas acho que há um trabalho inteiro a fazer de abertura dos partidos à sociedade. Não via com maus olhos que Portugal tivesse um sistema eleitoral com primárias, em que os candidatos locais ou candidatos a deputados tivessem uma primeira legitimação. Isso não me mete impressão nenhuma e acho que inevitavelmente se caminha para aí» declarou.
A campanha de Romney tem sido marcada por alguns deslizes como as recentes afirmações do candidato ao Senado norte-americano Todd Akin, que afirmou que uma mulher vítima de «verdadeira violação» raramente engravida, usando o argumento para defender a proibição do aborto também em casos de violação.
Esta situação levou o candidato republicano à presidência americana a apelar à desistência de Akin ao cargo de senador, ainda que o Partido Republicano tenha adoptado, na terça-feira, uma posição estritamente antiaborto, mesmo em caso de violação ou incesto, no seu programa eleitoral, que será oficializado na convenção presidencial da próxima semana.
Esta posição, sendo próxima dos valores defendidos pelo CDS-PP, não é uma questão determinante nem justifica o apoio dos democratas-cristãos portugueses a Romney.
«Isso não é para nós essencial. Da minha parte, isso cada vez mais é um problema de cada um e temos que respeitar as opções que são tomadas. Não são propostas mais próximas com algum elemento confessional que nos motivam neste momento. São de facto as questões políticas e geoestratégicas mundiais, são uma outra forma de encarar a política, são o ter à cabeça dos EUA uma pessoa estruturada, que consegue olhar para o mundo por inteiro e exercer o seu papel, que é determinante para a paz mundial», sublinhou Luís Queiró.
Sobre a nomeação de Paul Ryan, da ala mais liberal do Partido Republicano, para a vice-presidência, Luís Queiró referiu que este é um cargo com pouco peso decisório.
«A indicação do vice-presidente e a sua orientação liberal é, sobretudo, um sinal dado aos meios económicos de que a iniciativa privada é essencial e tem o seu lugar na política económica americana. E isso parece-me bem, mas o poder concentra-se na figura do presidente», considerou.

Fonte: Lusa/Sol

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