sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Teresa Caeiro: Veterana tímida
Casada há um ano com Miguel Sousa Tavares, Teresa Caeiro confessa que passou as duas primeiras semanas de namoro com o escritor e jornalista a «devorar» o Equador e o Rio das Flores, dois dos seus best-sellers. E ri-se com a confissão: «Ainda não tinha lido nenhum livro do Miguel!».
Vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Caeiro (ou ‘Teggy’, como é carinhosamente tratada no CDS e pelos amigos) conheceu Paulo Portas quando o líder do partido dirigia O Independente. Tinha terminado o curso de Direito na Clássica e estagiava, então, no escritório de Luís Nobre Guedes, Pedro Rebelo de Sousa e Miguel Castelo Branco. E foi às suas mãos que foram parar muito dos célebres casos envolvendo aquele jornal. «Eram pelo menos três por semana e eu não fazia outra coisa». Quando o CDS passou do ‘grupo do táxi’ para 15 deputados, nas legislativas de 1995, Portas convidou-a para assessora jurídica do grupo parlamentar e deu-lhe «24 horas para decidir». Aceitou e já lá vão quase 20 anos.
Teresa revela que o tempo livre não é muito, mas também não é adepta de ginásios e, por isso, troca-os de bom grado por caminhadas junto ao rio. Adora filmes – «mas não comédias, a não ser as do Woody Allen que são obras-primas» – e ler.
O filho Pedro, de seis anos e fruto da sua anterior relação com o social-democrata Vasco Rato, desde bebé que conhece bem os cantos à Casa da Democracia. «É uma criança da comunidade», conta entre risos, recordando que o levava para o Parlamento e alguém ficava sempre com ele: «Ora eram as senhoras do bar, ora entrava na sala do BE». E o Pedro até já fez muitas campanhas do CDS «às cavalitas dos meus colegas, já correu muitos mercados e feiras».
Foi deputada, governadora civil de Lisboa, secretária de Estado da Segurança Social e das Artes e do Espectáculo.
Conta que lá em casa discute bastante política com o marido e de «forma muito acesa». Ainda recentemente, à revista Sábado, Miguel Sousa Tavares contava um comentário que ouve muitas vezes da boca da sua mulher: «Gostei muito do teu artigo hoje. Não concordo com nada!».
Na política tem amigos em todas as bancadas. Teresa Leal Coelho, no PSD, Maria Antónia Almeida Santos, Isabel Moreira e Sérgio Sousa Pinto do PS e João Semedo do BE são alguns deles.
A exposição pública ainda é uma coisa que a incomoda. «Sou uma tímida crónica domesticada». Mas «se há coisa a que nunca nos habituamos é a sermos fotografados sem saber», conta, revelando a estratégia de defesa: «Hoje em dia prefiro não ver as revistas».
Não se imagina a fazer política para o resto da vida porque «nesta actividade não somos donos do nosso tempo». Aliás, reconhece que não consegue fazer uma boa gestão da vida familiar. «Ninguém consegue e quem diz que sim, está a mentir!», dispara. «É impossível ser tudo, a super-mulher que vai ao ginásio às 7h, é uma ultra mãe, lê livros todas as noites, é a melhor no seu trabalho, concorre a prémios e passa metade do mês a viajar pelo Mundo. Alguma coisa fica para trás».
Fonte: Sol
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