O embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares, qualificou esta quinta-feira a anunciada visita à China do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, como "a consagração de um momento muito especial" nas relações luso-chinesas.
"A China é hoje um dos dez maiores parceiros económicos de Portugal e fez importantes investimentos em grandes empresas portuguesas", realçou Tadeu Soares à agência Lusa em Pequim.
Acompanhado por mais de 50 empresários, Paulo Portas inicia no sábado em Xangai uma visita de oito dias à China, a primeira de um ministro do actual Governo português.
Esta é a maior missão do género nos últimos cinco anos e inclui empresários da indústria agroalimentar, banca, logística, energia, tecnologias de informação e outros sectores.
"As relações de carácter político com a China são excelentes e nos últimos tempos as relações económicas e financeiras têm vindo a aumentar de forma substancial", disse o diplomata.
Em 2011, as exportações portuguesas para a China aumentaram 54,11 por cento em relação ao ano anterior, ultrapassando pela primeira vez os 1.100 milhões de dólares (cerca de 8.800 milhões de euros).
Entretanto, a China Three Gorges pagou ao Estado português 2.700 milhões de euros por 21,35 por cento do capital da EDP, tornando-se o maior accionista da eléctrica portuguesa, e outra grande empresa estatal chinesa, a State Grid, comprou 25 por cento da REN (Redes Energéticas Nacionais) por 387,15 milhões de euros.
A visita de Paulo Portas coincide também com um acelerado desenvolvimento do ensino do português na China, devido ao crescente relacionamento com os países de língua portuguesa, em particular Brasil e Angola.
"Existem hoje 16 universidades chinesas que têm licenciaturas em língua portuguesa e há milhares de pessoas que falam português na China ou que estudaram em Portugal", disse o embaixador.
Há cerca de uma década, no continente chinês havia apenas duas universidades chinesas com cursos de português, em Pequim e Xangai.
Além do homólogo chinês, Yang Jiechi, Paulo Portas vai encontrar-se com o ministro do Comércio, Chen Deming, e com o "número dois" do governo, Li Keqiang.
Vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang é considerado o mais provável sucessor de Wen Jiabao na chefia do governo chinês, quando o actual primeiro-ministro terminar o segundo e último mandato, em Março do próximo ano.
O ministro português vai participar em dois seminários económicos, em Xangai e em Pequim, o primeiro dos quais organizado pelo semanário Expresso com o apoio do Barclays Bank, da consultora britânica PWC e da AICEP (Agência para a Promoção do Investimento e Comércio Externo de Portugal).
Considerada a "capital económica da China", Xangai é também a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, com cerca de 23,5 milhões de habitantes.
Paulo Portas termina a visita no dia 08 de Julho, em Macau.
A última grande missão empresarial enviada por Portugal à China, com cerca de 70 executivos, ocorreu em Janeiro de 2007, durante a visita do então primeiro-ministro, José Sócrates.
Fonte: Correio da Manhã
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